Desde
os primórdios da humanidade, a cultura é a essência da sociedade. O corpo
constituiu-se como produto da cultura, uma vez que consiste no principal
instrumento sobre o qual ela exerce grande influência, sendo também aquele que
a produz. O melhor representante de cada época é o corpo humano, pois nele
“estão inscritos todas as regras, todas as normas e todos os valores de uma
sociedade específica” (Daolio, 1995: 39).
Atualmente, como o
corpo é concebido pela sociedade e pela mídia? Quais são os padrões
estabelecidos pela ditadura estética dos corpos? Quais os hábitos de consumo
destinados a atingir a beleza perfeita? Diante
desses questionamentos, percebemos que na sociedade capitalista há uma
mercantilização do corpo, que é transformado numa mercadoria, submetendo-se à
produtividade, padrões estéticos e ao consumismo, definindo uma disciplina
social.
Os padrões de corpos são evidenciados principalmente pela
mídia através de modelos de beleza distantes da grande maioria da população. A
busca incessante pela perfeição estética difundida pela mídia, algo idealizada
no cotidiano, gera obsessões, criando a corpolatria, ou seja, idolatria do
corpo.
Para os homens, os músculos e a força significam
virilidade, sucesso e felicidade. Entre as mulheres há uma supervalorização de
cada detalhe, desde o cuidado com as unhas até a necessidade em mudar
cirurgicamente alguma parte do corpo, que segundo a cultura vigente esteja fora
de moda.
Portanto, devemos nos atentar
sobre o que querem de nós hoje. A nossa cultura valoriza a felicidade e aceitação
de si, ou quer gerar, cada vez mais, consumidores insatisfeitos com seus corpos
e aparências, impondo novos padrões que serão eternamente inatingíveis?
A nossa saúde está em jogo!
Nossa felicidade também! Diante das pressões sociais geradas pela corpolatria,
como estamos construindo nosso destino? Precisamos refletir: O que será que
podemos fazer para tentar não cair nessa armadilha? Em relação às crianças,
considerando que elas também estão inseridas culturalmente, portanto, sofrem as
reflexos da corpolatria, como devemos (pais e professores) nos portar diante
das pressões sociais que difundem o corpo “perfeito”?
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